quinta-feira, 27 de junho de 2013

REPÓRTER DE GUERRA

Trabalho com futebol a sete anos, já cobri três libertadores, quatro campeonatos brasileiros, quatro campeonatos mineiros e amistosos internacionais, já vi muita coisa nesse mundo da bola, posso falar que sou um camarada realizado.

Outro dia desses tive a oportunidade de ver o filme, Repórteres de Guerra, um longa que conta a historia de cinco jornalistas cinematográficos que fazem a cobertura de guerras, vejam o filme é sensacional. Quando o filme acabou pensei que cobrir uma guerra seria uma experiência sensacional, mas logo tirei a ideia da cabeça, porque eu não teria muitas oportunidades de chegar perto de uma guerra.

Foi aí que me enganei. No dia 26 de junho de 2013 eu vi e cobri uma guerra. O mais incrível foi que nem precisei ir longe, foi aqui na minha Belo Horizonte. O que aconteceu nesta data foi guerra, e das piores.

Vi tensão, tiros, bombas, lojas destruídas e em chamas, pessoas com ódio, táticas de guerrilhas dos vândalos e da policia militar.

Ao lado do Fael Lima e municiado de uma câmera GoPro, vi os horrores da guerra. Gás queimando o rosto, armas apontadas e engatilhadas prontas para serem usadas e como foram acionadas! Companheiros de trabalho machucados. Fael levou uma pedrada na canela e bem próximo um fotografo levou uma outra pedrada, só que na cabeça e garanto o que salvou sua vida foi o capacete que ele usava.

Vi uma loja de automóveis ser destruída em menos de cinco minutos, vi também lojas queimando assim como alguns carros, e os guerrilheiros da destruição vibrando, como se aquilo fosse uma conquista.

Vi garrafas de cerveja voando pelos ares, os vândalos atacaram um deposito de cervejas que logo viraram armas em suas mãos. Vi um cara jogar uma garrafa em minha direção, sem motivo algum, ele passou raspando a minha cabeça.

Vi tiros de armas letais e até agora não consigo entender como ninguém se feriu com os disparos, acho que apesar do inferno que aquilo estava, Deus ajudou.

Vi a policia invadir o esconderijo de pessoas que estavam trabalhando e precisavam de um local seguro para fugir da selvageria promovida, vi também que nos respeitaram. Assim que eles invadiram, com suas armas prontas para serem usadas, peguei meu crachá da bandeirantes e gritei: JORNALISTA! O comandante me pediu calma e garantiu a integridade de todos que estavam no local e nos liberaram.

Alguns metros depois vi o batalhão de choque investir suas forças para cima dos criminosos que pretendiam colocar fogo em um posto de gasolinas e mais uma vez fiquei na mira das armas da policia e dessa vez foi um bombeiro que salvou o Fael e eu.

Vi e ouvi policiais falando que apoiam as manifestações, que elas são necessárias, que elas também vão trazer melhorias para eles, mas que quando ela não é pacifica eles precisam impor a ordem.

Vi pessoas de bem, apenas caminhando e pedindo um Brasil melhor. Vi que eles não aceitaram as provocações daqueles que estavam ali com um único intuito, o de criar caos e destruição e continuaram a sua caminhada pacifica.

Vi gente falando que deseja que essa situação de guerra perdure por muito tempo, porque é muito bom atacar a policia e destruir “as coisas”.

Hoje eu vi e isso não é a primeira vez, as coisas que o ser humano é capaz de fazer, só pelo prazer mórbido de destruir e foi chocante.

Também vi que esses marginais que destruíram tudo que apareceu na frente são poucos, apesar do poder deles de destruição, é algo impressionante e que a maioria de quem vai as ruas é de paz, estão realmente querendo transforma o nosso país em um lugar mais justo e digno.

E como estamos precisando disso.




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